sábado, 16 de julho de 2016

É dia de feira



Sabe o que eu mais gosto na feira? De gente.  Quem quiser pode chegar.  Da energia espontânea, da risada simples, das cores, dos perfumes, dos sabores. Não importa a feira, não importa o lugar,  o que gosto mesmo são das relações humanas descomplicadas.  Ver gente de verdade é muito bom.  Totalmente sem frescuras, apenas pelo prazer de estarem juntas e de curtir coisas gostosas. Ninguém vai a feira procurando o requinte, apesar dos preços, vamos enlouquecidos para barraca do pastel com caldo de cana e depois vamos a compras. O negócio é se permitir... É o espaço do sorriso largo, das piadas, dos trocadilhos, e até das poesias dos feirantes inspiradas pela cadencia do andar das mulheres, que estão sempre belas, porque estão alegres... A beleza é simples e natural como a barraca das flores. A feira também realça e resgata o sabor que a vida tem. Alimenta-nos de boas memórias... A feira é o passeio da família, dos amigos, dos amores... Toda vez que vou a feira lembro-me dos meus pais. Costumávamos a ir aos Domingos  para comer tapioca  e tomar caldo de cana. É deliciosa essa sensação da companhia, da presença amorosa em um momento tão simples. A saudade é boa, faz bem.  Não sou boba nem nada,  confesso que ia a feira também para comprar um biscoito de cebola com queijo, um daqueles disquinhos bem gordurosos e viciantes para comer sem culpa. Às vezes  também ia com minha irmã  e fazia ela comprar para mim. Continua sendo meu favorito.  Toda vez que vou a feira tenho que comprar. É maior que eu (risos).  Depois que chegamos o tempo vai passando  e naturalmente ficamos envolvidos pela atmosfera de interação, de uma cumplicidade saborosa. Hum... Já repararam que as frutas parecem que ficam mais vibrantes assim como as crianças. Observar as pessoas e é sentir calor  da vida , é construir um momento mágico que a correria do dia a dia nos priva. É deixar o sol penetrar e sair do isolamento da solidão a que nos submetemos por medo do contato, do envolvimento, do pegar com vontade, do comer mesmo, de ser original... Ir a feira é deixar os preconceitos e limitações tolas...  É expandir, é  ser gente fina , matar a fome e degustar com prazer a doçura do afeto.

Paz e Luz 
Mônica Dias